Quanto maior a adesão, maior a eficácia
O PrEP é altamente eficaz quando utilizado de forma correta. A correlação entre os níveis de adesão e a eficácia foi demonstrada em ensaios clínicos envolvendo diferentes segmentos populacionais, como no estudo iPrEx: em participantes com
níveis sanguíneos detectáveis da medicação, a redução da incidência do HIV foi de 95%.
Usos do PrEP em relações ANAIS x VAGINAIS
O esquema recomendado para o uso é a combinação de dois antirretrovirais cuja eficácia e segurança já foram demonstradas, com poucos eventos adversos associados a seu uso.
Porém, estudos demonstram que o modo de ação dos medicamentos variam de acordo com o tecido corporal: altos níveis de concentração celular dos medicamentos ocorrem a partir do sétimo dia de uso contínuo da medicação para as exposições por relação anal, e de aproximadamente 20 dias de uso para as exposições vaginais.
Por isso, para relações anais, são necessários cerca de 7 dias de uso do medicamento para alcançar a proteção; enquanto para as relações vaginais, são necessários 20 dias de uso contínuo.
Qual a eficácia e a segurança?
Um dos estudos clínicos sobre a eficácia do PrEP, o iPrEx, avaliou o uso oral do medicamento diário em homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, monstrando que houve uma redução de 44% no risco de aquisição de HIV com o uso diário de terapia combinada. Entre indivíduos heterossexuais, a eficácia geral do PrEP foi de 62% no estudo TDF2, sendo de 49% entre as mulheres e 80% entre os homens. Em casais sorodiscordantes heterossexuais, o PrEP também se mostrou eficaz, com redução geral de 75% no risco de infecção por HIV.
Na atual conjuntura, diversos estudos têm analisado as melhores estratégias para a implementação do PrEP para diferentes populações e contextos, o que nos oferece muita esperança de aumentar ainda mais a eficácia através de abordagens terapêuticas melhores.
Quando é recomendado interromper o uso?
Deverá ser interrompido nos seguintes casos:
– Diagnóstico de infecção pelo HIV;
– Desejo da pessoa de não mais utilizar a medicação;
– Mudança no contexto de vida, com importante diminuição de frequência de práticas sexuais com potencial risco de infecção;
– Ocorrência de eventos adversos relevantes;
– Baixa adesão do PrEP.
Para aqueles que interromperem o uso do medicamento,orienta-se a realização do teste anti-HIV no período de 4 semanas após a interrupção da profilaxia.
Agora, se uma pessoa que estiver utilizando o PrEP tiver o diagnóstico de infecção pelo HIV, recomenda-se interromper imediatamente, realizar exame de carga viral e genotipagem, pré tratamento e iniciar logo que possível a Terapia Anti-Retroviral. O intervalo entre a suspensão do PrEP e o início de tratamento deverá ser o menor possível.