Pela primeira vez, um transplante de células do tubo que conecta a mãe ao bebê foi utilizado em uma paciente, considerada livre do vírus.
A mulher, de etnias miscigenadas, recebeu o material parcialmente incompatível, sem rejeição
Pela primeira vez, um transplante de células do tubo que conecta a mãe ao bebê foi utilizado em uma paciente, considerada livre do vírus.
A mulher, de etnias miscigenadas, recebeu o material parcialmente incompatível, sem rejeição
Pesquisadores norte-americanos anunciaram o terceiro caso de cura por HIV da história. A paciente é uma mulher de etnias miscigenadas e recebeu células sanguíneas retiradas do cordão umbilical de um doador que tem uma mutação que é capaz de bloquear a entrada do vírus da Aids nas células. Os responsáveis pelo experimento disseram que a técnica promete aumentar as possibilidades de tratamento para várias origens raciais. A pesquisa foi apresentada durante a Conferência sobre Retrovírus e Infecções Oportunistas, realizada nos Estados Unidos.
Assim como os pacientes que foram curados anteriormente do vírus, a paciente do estudo foi diagnosticada com leucemia. Ela passou por um transplante de células sanguíneas retiradas de um cordão umbilical para tratar o tumor. Essas células foram provenientes de um doador não totalmente compatível.
A paciente recebeu células-tronco consanguíneas, retiradas de um paciente de primeiro grau por conta da demora de cerca de seis semanas para que as células transplantadas fossem externadas com sucesso. “Estas sustentaram seu sistema imunológico até que as células do sangue do cordão umbilical se tornassem dominantes, tornando o transplante muito menos perigoso”, explicou ao jornal The New York Times Marshall Glesby, especialista em doenças infecciosas da Universidade de Medicina Weill Cornell, nos Estados Unidos, e um dos responsáveis pela pesquisa. “O transplante proveniente desse parente é como uma ponte que a levou até o ponto em que o sangue do cordão umbilical pode assumir o controle”, acrescentou o especialista. A participante recebeu alta 17 dias após o transplante e sem que houvesse rejeição.
Os dois primeiros casos de cura por HIV foram de homens. Timothy e Ray Brown, que ficou conhecido como “o paciente de Berlim”. Ele ficou livre do vírus por 12 anos, até que faleceu em 2020 devido à leucemia. O outro caso foi o de Adam Castilejo, conhecido como o “paciente de Londres”, que passou pelo mesmo tipo de tratamento. Os dois tinham tumores sanguíneos, e, por isso, receberam transplantes de medula óssea de doadores com mutações que bloqueiam o HIV. Embora tenham obtido sucesso, os dois apresentaram alguns problemas de saúde que foram desencadeados pela doença do enxerto versus hospedeiro. Brown quase veio a falecer após o procedimento. Já Castilejo teve o caso menos grave, mas veio a perder bastante peso (quase 70kg), teve perda auditiva e uma série de infecções.