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HIV Resistente à PrEP… Será?

Há algumas semanas saiu um relato de caso na plataforma científica “Lancet” sobre um paciente infectado por um subtipo de HIV resistente à grande maioria dos antirretrovirais disponíveis, inclusive aos contidos na PrEP.

❗Entretanto, muito cuidado com esta informação: Isso, de forma alguma, desencoraja o uso da PrEP. ?

A resistência do HIV aos esquemas medicamentosos está relacionada, normalmente, ao uso irregular ou inadequado dos antirretrovirais. A PrEP, como sabemos, inibe mais do que 90% das novas infecções pelo HIV, e o caso desse paciente descrito acima é muito raro.

A PrEP é uma ferramenta excelente e primordial para ajudar no controle do HIV, e apenas em São Paulo ela ajudou a reduzir mais de 20% de novas infecções! A PrEP protege MUITO!

Entenda a Diferença de Tratamentos: HIV X PrEP

Afinal, qual a diferença entre os medicamentos para tratar o HIV, e os medicamentos para prevenir o contágio pelo vírus?

❗ Bem, além de diminuir as complicações causadas pelo HIV, o tratamento reduz significativamente as chances de transmissão do mesmo! Isso porque os medicamentos antirretrovirais reduzem a quantidade de vírus circulante no corpo da pessoa que vive com HIV, fazendo com que esta alcance a chamada “carga viral indetectável”. Assim, esse paciente terá uma possibilidade insignificante de transmitir o vírus para outra pessoa, caso ocorra alguma relação sexual desprotegida. Além disso, a qualidade de vida do paciente também é melhorada e a mortalidade pela infecção é reduzida.

❗ Já a Profilaxia Pré-Exposição ao HIV é um novo método de prevenção à infecção pelo HIV, e consiste na tomada diária de um comprimido que permite ao organismo estar preparado para enfrentar um possível contato com o vírus. Ou seja, o indivíduo se prepara antes de ter uma relação sexual de risco para o HIV.

Qual a Eficácia e a Segurança da PrEP?

A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP) consiste no uso de antirretrovirais para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV, e sua eficácia, efetividade e segurança já foram demonstradas em diversos estudos clínicos.

Um desses estudos foi o iPrEx, que avaliou a PrEP oral diária em homens que fazem sexo com homens e mulheres trans, em que houve redução de 44% no risco de aquisição de HIV com o uso diário de terapia combinada. Entre indivíduos heterossexuais, a eficácia geral do PrEP foi de 62% no estudo TDF2, sendo de 49% entre as mulheres e 80% entre os homens. Em casais sorodiscordantes heterossexuais, o PrEP também se mostrou eficaz, com redução geral de 75% no risco de infecção por HIV.

Recentemente, diversos estudos têm analisado as melhores estratégias para implementação do PrEP para diferentes populações e contextos, o que nos oferece muita esperança de aumentar ainda mais a eficácia através de melhores abordagens terapêuticas.

Se você precisa de ajuda ou deseja entender mais sobre esse tema, agende já sua consulta!