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A gripe “H2N3” não existe no Brasil

A gripe “H2N3” não existe no Brasil

Um novo tipo de gripe está no ar. Pelo menos é isso que diz um boato que circula em redes sociais e aplicativos mensageiros de celular. Através de textos ou mensagens de voz, o boato diz que um suposto vírus “H2N3” haveria causado a morte de pessoas no estado de Goiás. A OMS, entretanto, estaria tentando “abafar o caso para não alarmar a população”.

Em função do boato, o Ministério da Saúde veio a público esclarecer que as informações veiculadas são inverídicas. Segundo o comunicado liberado à imprensa, os únicos vírus causadores da gripe influenza são os dois tipos A (H1N1 e H3N2) e o tipo B. Fato é que o vírus “H2N3” não existe. Nem no Brasil, nem em nenhum outro lugar do mundo.

O boato ainda recomendava alguns métodos de prevenção à doença. Fazer gargarejos e limpar as narinas “com água morna contendo sal de cozinha” seriam formas eficientes de “prevenir a proliferação do vírus da gripe”. Entretanto, nenhum dos métodos mencionados tem base em evidências científicas.

Em seu comunicado, o Ministério da Saúde ainda esclarece que o melhor método para se prevenir da gripe influenza é a vacinação. Uma nova campanha de vacinação nacional terá início no dia 23 de abril. No estado de Goiás, entretanto, uma campanha contra a influenza tipo A foi adiantada desde o dia 13 de abril. O adiantamento se deu por um surto de H1N1 ocorrido em março na Vila São Cotollengo, em Trindade, na região metropolitana de Goiânia.

Entendendo o que é influenza

Influenza nada mais é que o nome científico da gripe. Atualmente, existem quatro tipos do vírus influenza em circulação no mundo: A, B, C e D. Desses quatro, apenas o tipo A se mostrou um grave risco à saúde humana, embora os tipos B e C também possam afetar humanos.

A influenza tipo A contém dois subtipos em circulação pelo mundo atualmente: o H1N1 e o H3N2. Eles são nomeados de acordo com a combinação de duas proteínas que ficam na superfície do vírus: a hemaglutinina (H) e a neuraminidase (N). Em razão da pandemia de 2009 causada pelo tipo A (H1N1), ele pode ser chamado também de A (H1N1) pdm09. Na época, ele ficou conhecido como gripe suína, uma vez que foi detectado pela primeira vez em porcos.

Já o vírus influenza tipo B não contém subtipos, mas pode ser dividido em duas diferentes linhagens: o B/Yamagata e o B/Victoria. Apesar das particularidades genéticas, ambas linhagens apresentam os mesmos sintomas que o tipo A, sendo também tão grave quanto. Entretanto, o tipo B é menos mutável que o tipo A, podendo até se adquirir um certo grau de imunidade, embora não de forma vitalícia.

O tipo C é ainda menos mutável que o tipo B e não tem nenhuma subdivisão. Infecções causadas pelo tipo C tendem a ser mais brandas e esporádicas, geralmente em crianças. Por esse motivo, o vírus influenza tipo C não entra na imunização da vacina.

Por fim, o tipo D afeta principalmente o gado, não havendo indícios de que seja causador de qualquer doença ou infecção no ser humano até então. Assim como o tipo C, o tipo D não entra na imunização da vacina.